18.11.18

trabalhando o contentamento

A superexposição nas redes sociais é algo que muito me intriga. Eu deveria ser bem resolvida com esse assunto, achar a autoexposição algo muito natural, afinal, sou blogueira desde 2008!
E lá se vão 10 anos. Fiz praticamente um post por ano (hahahahaha!!!), então não me considero tão blogueira assim. Estou na categoria "blogueira esporádica" e não compreendo como ainda tenho leitoras, sendo eu constantemente cobrada por posts semanais. Por incrível que pareça, também não entendo o porquê de ainda ter retorno financeiro com o blog, o que não é algo relevante como as leitoras são para mim, mas merece aqui um registro.

Eu concluo que as blogueiras bem ativas no Brasil, especialmente essas que fizeram dos blogues (e demais redes sociais) um diário de compras e lamentações de todo tipo, estão mesmo faturando alto. Bastam uns 15 minutos no stories do Instagram para eu ficar perplexa. Elas abrem caixas e mais caixas, agradecem todas as empresas com bastante entusiasmo, num ritmo tão frenético que é difícil acompanhar. Ou compartilham a luta diária como simples mulheres, do amanhecer ao pôr do sol, como um diário adolescente dos anos 90.

Nesse ano de 2018, o que mais busquei foi o contentamento, com todas as coisas. E não estou falando de conformismo, viu? Se eu acho que algo não está bom, apenas trabalho para mudar aquela situação quando é possível mudá-la.

Buscar o contentamento certamente não tem ligação com os últimos gritos da moda, muito menos com técnicas novas de educar uma criança. A alegria independe das circunstâncias, do momento que temos que passar. Acima de qualquer coisa, é uma decisão. Como responder sim ou não. O pragmatismo exigido para viver o contentamento genuíno da vida acaba me afastando um pouco de toda essa loucura que eu considero ser as redes sociais de todo tipo. No momento que vi que tudo isso pode se tornar uma pedra de tropeço, tanto no aspecto do tempo utilizado, como na questão  do conteúdo, resolvi selecionar melhor minhas "leituras digitais" diárias. O conteúdo absorvido no mundo virtual SEMPRE tem impacto na vida real.

Longe de mim querer parecer colonizada ou qualquer outro adjetivo depreciativo que a nossa língua disponibiliza... No entanto, tenho que falar: as blogueiras de maternidade dos Estados Unidos são muito melhores que nós. 

Os valores morais delas são diferentes. Enquanto elas repetem o mantra "if God sends the baby; He will surely send the clothes", as daqui estão preocupadas com métodos contraceptivos e, enquanto isso, gastam fortunas no novo destino da moda, que para o verão 2019 se chama Jericoacoara. Entre Paris e Jericoacara, mostram suas crianças impecáveis em pijaminhas de algodão pima, cuidadas por babás uniformizadas com roupas brancas. 

Não quero alongar ainda mais o post, mas deixo aqui uma preciosa inspiração para você arrumar a casa no fim do ano, fazendo aquela limpeza linda que todo lar merece e que nos traz muito contentamento! 

A blogueira Lisa é mãe de 5 crianças e mostra todo o cuidado com a casa e com os filhos no canal do YouTube FarmHouse on Boone. O marido dela recentemente passou a trabalhar em casa, como editor dos vídeos produzidos pela Lisa. Eles vivem disso, de blogar. Ela traduz o espírito real do "God sends the clothes", vivendo um dia de cada vez, com nítida alegria.

Se você acha que o trabalho como mãe dobra com mais de uma criança, ela desmistifica isso aqui.

Em tempo: você pode colocar tradução automática no YouTube através das legendas. Parece óbvio para alguns, mas muita gente não assiste aos bons conteúdos em Inglês porque não entende nada e não conhece esse recurso.

Como inspiração, veja o único banheiro da casa da Lisa, utilizado diariamente por 7 pessoas, recentemente reformado: 


Boa semana, meninas!

3 comentários:

  1. Começando pela foto do banheiro, que foi a primeira coisa que me chamou a atenção lá no Instagram, vou dizer que ele é deslumbrante. Adoro decorações feitas com bom gosto e lançando mão de coisas simples, garimpadas e usáveis (não aqueles "cenários" para impressionar visitas). Com certeza vou querer ver muitos outros trabalhos dessa página que vc indicou.

    Sobre a vida das blogueiras, vou te contar: me espanto com muita, muita frequência. Já cheguei a pensar que a errada da história era eu, afinal esse comportamento exibido nas redes sociais gera milhares de seguidores (e um rendimento considerável para os chamados "influencers").

    Eu também tenho blog há mais ou menos o mesmo tempo que você. Minha decisão por não me expor passa com certeza pela questão da segurança (alô, Brasil!), mas muito pela minha própria timidez e porque nunca estive disposta a ter uma vida de faz-de-conta. Vamos ser sinceros, essas pessoas que vivem para as redes sociais têm que aparentar ter a vida mais incrível de todas, onde dinheiro não falta, o cabelo não desarruma e a maquiagem não derrete. A minha certamente não é tão emocionante assim. Mas é feliz.

    Na minha vida real a gente se preocupa com as contas. Não ando com roupas de marca. Reclamo do preço da gasolina. Gosto de viajar não para fazer compras, mas porque eu sou entusiasta de arte, história e idiomas. Acredito em Deus e que ele nunca nos abandona, nem nas horas mais difíceis (meu pai descobriu o retorno de um câncer há três semanas e vai retomar a quimioterapia). Pergunta: quem quer acompanhar um canal sobre essas coisas? Ninguém, porque todo mundo quer ter um gostinho de estar participando de um conto de fadas.

    Minha vida não é isso, não tem cenários nem faz-de-conta. Mas o mais importante, pelo menos para os meus padrões, a gente tem: um amor incrível uns pelos outros. Nosso dia-a-dia é simples, não tenho empregada e cuido da casa eu mesma com todo meu carinho. Cansa, mas como me faz feliz ver tudo limpinho, uma comida gostosa na mesa e uma família feliz. Faço o melhor com o que tenho e tento mudar o que não gosto.

    Fazendo a vida parecer sempre fácil e perfeita, acho que esses influencers fazem um enorme desserviço. A vida de ninguém é assim, nem a deles. Pra ter contentamento, a gente tem que começar enxergando a realidade, e isso é muito difícil para muita gente!

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    1. Debora, a blogueira, dona da foto do banheiro, mudou para uma fazenda linda! A casa nova é deslumbrante! Você tem acompanhado?

      Sobre as blogueiras famosas, também já pensei que o problema era eu, hahahahahaha. Não consigo lidar com tanta exposição, ainda que possa existir um certo critério na hora de contar as histórias para o público.

      Eu acho que não sirvo também para me expor desse jeito. É algo que não é natural para mim até porque não consigo ficar apresentável 24 horas por dia, 7 dias por semana. Nem na aparência, nem no humor, hahahahaha. Existem dias que dou graças a Deus por não precisar descer do carro para deixar meu filho na escola, ou porque estou vestindo praticamente um pijama, ou por conta do cansaço.

      Sobre vida real, é isso mesmo. Ao contrário do que muita gente pensa, temos orçamento doméstico e ele é bem apertado. Minha família mora em cidades próximas e longes, o que me obriga a viajar com bastante frequência. Não sobra muito para a produção da vida perfeita que os outros querem ver.

      Sinto muito pela saúde do seu pai! Sei que seu fim de ano foi bem difícil. Espero em Deus que ele esteja melhor e curado! <3

      Debora, também não tenho empregada, e, de uns anos para cá, nem faxineira. Ainda farei um post contando isso! Se as tais influencers fabricam vidas falsas, a gente pode dar um choque de realidade na outra ponta, expondo alguma coisinha da boa vida real feliz que tem suas (muitas) dificuldades.

      Um beijo e obrigada pelo comentário tão enriquecedor.

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  2. Conheci seu blog há um ano, desde lá, sempre dou uma olhadinha pra ver se você postou algo novo. Acho incrível como você escreve tudo aquilo que eu estou pensando.
    Em relação ao banheiro,achei realmente muito bonito, já fiz download da imagem pra guardar na minha pasta de inspirações.
    Sobre as blogueiras, evito ao máximo dá atenção à esse tipo de conteúdo. Tentô levar uma vida leve, gastando dinheiro com o que realmente me faz bem, e não com o que aparenta status.

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