27.2.15

as festinhas ridículas estão com os dias contados?

Não, eu não estou sonhando.

Uma decoradora bem conhecida de aniversário infantil escreveu para mim para confessar que está descontente com o estilo de trabalho que ela oferece para seus clientes. Minha orientação:

Pare de trabalhar para as mães e passe a brincar com as crianças!

Apesar da minha crítica contundente em relação ao mercado de festa infantil - que eu desconfio que seja bem maior que o de casamento -, sou super a favor das profissionais que respeitam a infância!

Enquanto algumas perdem muito tempo para referenciar um personagem de desenho animado em todos os pequenos detalhes da decoração, outras valorizam as relações entre as crianças. O foco muda o resultado.

Por que eu digo que essas casas de festas (buffet infantil) são ridículas? Porque elas não são simples, artesanais, criativas e lúdicas. As crianças brincam separadamente utilizando parafernálias (brinquedos de parque de diversões) onde os movimentos corporais e as sensações são sempre pasteurizados - seja na piscina de bolinha ou num tosco e bizarro monorail. Pode ser divertido, mas são apenas interações com coisas.

Além disso, num ambiente comercial a criança é excluída dos preparativos. Não existe a convivência entre os familiares e amigos para preparar os quitutes e brincadeiras! É o famoso "pagou, levou", ou seja, superficialidade no grau máximo. Quem disse que educar é fácil? Comprar uma festa 100% pronta e supostamente perfeita é como ter alguém para arrumar diariamente o quarto dos filhos.

O que você prefere? Sentar confortavelmente numa mesa de buffet (num ambiente sem luz natural, com música alta e comida servida por garçom) para o seu filho sair de uma fila de brinquedo e entrar em outra; ou sentar no chão da casa do aniversariante, sem conforto, para assistir a brincadeira natural de todas as crianças debaixo da mesa do bolo?

Eu fico com segunda opção. A vida real é simplesmente extraordinária.

4 comentários:

  1. Lua, saturou, né? Muita gente cansou desses exageros!!! Até quem trabalha com isso! A impessoalidade da casa de festa cansa mesmo.
    Nao tem charme nenhum! Um monte de convidados robozinhos.
    Peguei nojinho dessa ostentação excessiva e padronizada que tomou conta da vida dos pequenos.

    Lara.

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  2. Apesar da minoria dos colegas do meu filho terem esse tipo de festa (até pela questão do $$$), já fomos a várias. O custo é o de uma pequena viagem, que eu acho que a criança aproveitaria bem mais que 4 horas em um salão (aqui, pelo menos, são 4h contadas no relógio).

    Já vi que tem gente que adora, porque pode conversar com outros pais enquanto os monitores se encarregam das crianças. Mas é estranho a conveniência dos pais vir em primeiro plano, não é?

    Acho que essa sua leitora poderia mudar o foco, como vc disse, dos pais para a criança (que, afinal, é o cliente dela).

    Eu já tive que fazer isso até na minha profissão, quando projetei o quarto de uma menina que tinha preferências muito diferentes das dos pais (o pai era a favor de impor o gosto deles, a mãe ficou mais indecisa).

    Aproveitei um dia que a menina estava lá e fiz uma entrevista com ela. Bem informal, afinal era uma criança. Tirei o máximo de informação possível e fiz o projeto.

    Não desrespeitei nenhum dos lados. Pelo contrário, usei o que os dois tinham em comum e o resultado ficou muito bom, com todos satisfeitos. Acho que ela poderia seguir este caminho, também. Incluir a criança nas escolhas, saber o que ela gosta ou não. Afinal, ela vai ser a verdadeira dona da festa.

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  3. Eu também fico com a segunda opção, rs

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  4. eu estou na segunda opção. encher a casa de crianças, grudar o chão de docinhos esmagados e até encontrar um brigadeiro embaixo do meu travesseiro. amoo!

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