6.4.14

Festa de Princesa - Projeto Licença Maternidade com Luana Müller, do Limo Bag*

Descobri o Limo Bag no primeiro aniversário do João. Estava procurando referências e fiquei fascinada com tudo o que a Luana postava. Mais do que um senso estético espetacular – o blog é um santuário de lindezas -, ela tem uma abordagem crítica com relação às festas de crianças. Isto é raro e precioso. Os mega eventos que vemos por aí são a prova que bom senso não anda sobrando, quando se fala em comemorações infantis.

Vi um post na timeline da Luana sobre o aniversário da princesa Estelle, da Suécia e pensei, imediatamente: tenho que tratar disso no Dadadá! Ou melhor, a Luana tem que escrever sobre esta festa para nós! Afinal, ela é a especialista!

O que faz as festas dos nossos bebês serem especiais e grandiosas? O que, de fato, fica na memória e no coração? Serão as rosas colombianas, os docinhos Pati Piva e as Galinhas Pintadinhas de um metro e meio ou a diversão de encher os balões em família, enrolar os docinhos com a avó e passar o mês inteiro às voltas com a produção caseira da decoração? Eu não tenho dúvidas…

Vejam o que a nossa convidada – elegantérrima – tem a dizer. Aproveitem e encham os baús de referências no Limo Bag!

Festa de Princesa – por Luana Müller

Alguns eventos culturais brasileiros impressionam qualquer estrangeiro que por aqui passa. Talvez você pudesse citar o baile funk, o carnaval, mas não incluiria as festas infantis no rol da imoralidade. Sim, a Gabi me convidou para escrever sobre esse novo concurso social, totalmente incoerente com a necessidade do aniversariante, onde se gastam valores que dariam para levar a família inteira para vivenciar um excelente destino internacional.

Partindo do princípio que qualquer família é uma família real (nobre, de sangue azul), podemos argumentar que nossos filhos são príncipes e princesas, e, como tais, comemoram os aniversários com a melhor festa que o nosso dinheiro pode pagar. O melhor para eles é sempre o mais caro? Será mesmo?

Se você trabalha muito (em casa, na empresa), pode pensar que merece e precisa contratar a melhor decoradora de festa infantil da cidade, afinal existe uma necessidade de seguir o padrão imposto por algumas pessoas do seu convívio (as mesmas que disseram que a babá deve vestir branco). Filho tornou-se uma moeda social, pois as necessidades verdadeiras deles não são muito levadas em conta.

Crianças precisam de festejos grandiosos que incluem docinhos de casamento, som alto, cama elástica, animadores e todas as flores disponíveis na estação? E como será que uma princesa de verdade comemora os seus aniversários? Veja a princesa Estelle, futura rainha da Suécia, no dia em que completou 2 anos de idade:

Considerando que essa menina fofa tem todo o dinheiro do reino à disposição, será que seus nobres pais fizeram uma festa do balacobaco?

Não! O aniversário foi comemorado em casa, soprando um bolo de chantilly na mesa de centro da sala, com muito amor e coerência.
 
E aí você poderá ainda argumentar que isso foi no segundo aniversário, que o de 1 ano de idade deve ter sido algo para todo o reinado, uma festona para os pais comemorarem, e não necessariamente para a princesa Estelle.

Nada disso! Foi igualmente maravilhosa, mas teve um detalhe muito especial: a aniversariante vestiu um singelo vestido vintage, herdado de sua mamãe!






A típica mãe brasileira endinheirada (ou endividada mesmo!) não opta mais pelo belo simples, verdadeiramente elegante, esquecendo-se totalmente que seu filho não se sente mais amado porque ganhou 50 presentes de pessoas que nunca trocaram sua fralda.

E agora? Será que copiaremos o que é bom? Concluo com esse ótimo comentário que recebi de uma leitora:

“Acabei de fazer uma festinha para minha filha cujas perspectivas foram saindo dos limites, quando a festa acabou, deu uma ressaca moral, ao meio de tantos presentes e papéis, os próximos aniversários dos meus filhos serão bem menores, com certeza, importa O QUE importa, sem stress, poluição e gastança de dinheiro desnecessária.” (Tânia)

*Post originalmente publicado no Dadadá é blablablá de mãe pra mãe - Blog da Rede Vila Mamífera. Obrigada pelo convite, Gabi! ♥

13 comentários:

  1. Não encontro nem palavras para elogiar este texto, que bênção de palavras Lu! Daquelas que dá vontade de ler, reler... Mostrar pra família toda, compartilhar, refletir... Minha família (papai, mamãe, irmão e eu) sempre fomos considerados "diferentes" por não cedermos às apelações consumistas/capitalistas... Por valorizar o simples, o lúdico, a família propriamente dita. Festinhas da minha mamãe eram tão apreciadas, sem painéis cafonérrimos, sem dívidas, sem palhaços "petelecos" da vida. Era um bolo simples, sanduichinhos de carne moída, suspiro caseiro que a gente mesmo ajudava a preparar. Aquela "fada mãezinha" que dava liberdade pros filhos e nunca precisou deixar de castigo ou socorrer uma birra histérica de criança mimada rolando e gritando no chão, na frente dos convidados porque foi contrariada. Até teatrinho com roupas velhas tinha. Influência que me levou pro teatro com quatorze anos de idade. Amo até hoje. rs Enfim, meu neném nem nasceu e amigas já perguntam do "espetáculo" da festa de primeiro aninho. Respondo que vai ser na praia, com os avós que moram la, com o mesmo bolo caseiro da vovó com suspiro, papai tocando violão e o ingrediente fundamental: a família. <3 (Nem preciso dizer que olhos arregalam nessa hora ne?) Essa ideia do vestidinho vintage da mamãe me encantou! Hahaha! Espero que minha mãe tenha guardado algum dos meus... Bjs!

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    1. Ah, eu fico feliz por você não ceder! A Aninha nem saiu da barriga e já tem gente querendo saber sobre o circo do primeiro aniversário? Não é muito pressão social mesmo antes de nascer? Isso não chega a ser uma violência?

      Acho tão linda a forma que você relata sua infância, Su! Veja só como você foi educada através das comemorações! Por isso sou chata! Por isso falo tantas vezes a mesma coisa... Crianças são muitoooooooooooo sensíveis. Aprendem na infância o consumismo.

      Obrigada pelo comentário.

      Um beijo, querida!



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    2. Eu tenho o meu VESTIDOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!

      Viu o nível da empolgação, né? É branco, lindoooooo e simples! Vou postar para você ver. Espero que a sua mãe encontre o seu! ♥ ♥ ♥

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  2. enquanto a realeza esta seguindo esse caminho exemplar e maravilhoso, a pseudo-burguesia e os novos ricos (nada contra) optam pelas festas medonhas e caríssimas. Que priorizem a presença, o carinho e a atençao dada à criança, e nao aos brinquedos, enfeites da moda e buffets faz-tudo.

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    1. Duda querida, é muito difícil comemorar do nosso jeito. A verdade é que estamos sempre sendo empurrados para fazer o que todo mundo faz, sem pensar, sem calcular, e, ainda pior: SEM AMAR. É tudo muito sem sentimento... reprodução de uma mesmice esbanjadora de pura ostentação!

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  3. Estou algumas horas sentadinha curtindo a preguiça de sexta feira e me deparo com seu blog adorável, uma gentileza para mães e pais reais, estou adorando seus textos, parabéns, sem dúvida passarei aqui para outras e outras visitas, um grande abraço!

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    1. Gislene, que comentário mais precioso! É uma delícia receber um carinho assim, de alguém que realmente se conectou com as poucas palavras que escrevo.

      Um beijo e volte sempre!

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  4. Estou grávida da minha primeira filha, e quando falei para a minha familia e a do meu marido, que nossa Serena seria criada assim, sem firulas, quase tiveram um treco.

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    1. Agora no Brasil a gente é taxado de índia por querer ter parto normal e desleixada por querer um bolo na mesa de centro da sala. Ir contra a cultura é muito mais legal! Sinta-se abraçada e parabéns pela bebê! Que nome lindooooo! Que venha cheia de saúde e muitos sorrisos estridentes! :)

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  5. Luana!
    Amei o post, muito mesmo!
    Eu e meu marido sempre pensamos de acordo com nossas possibilidades, nunca damos um passo maior que a perna e o levamos em conta mesmo são nossos valores e o que realmente temos passado e ensinado para o nosso filho...
    Para mim este post mostra, claramente, que a realeza por mais alto que seja seu status social, nos ensina muito o que é ser chique e simples ao mesmo tempo...
    E os valores??? O valor do amor, que é o principal, não está em mega festas e milhares de pessoas e presentes...
    Nossa! Como gostei dest post!
    Bjo!
    Ana Carla

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  6. Oi, Ana Carla! Esse post foi um dos que mais gostei de fazer! Simplesmente sensacional ser chique e simples, ainda mais quando você tem todas as oportunidades para fazer algo super caro, não é? O mais importante é amar as crianças, entendendo sempre quais são as necessidades delas

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