4.9.19

As famílias "beges"

Faz um tempo bem razoável que percebi que existem pessoas no Instagram que estão muito longe do modelo de alto consumo que achamos que todo mundo tem quando mora no 1º mundo.

São famílias quase sempre adeptas ao ensino domiciliar (praticamente criminoso no Brasil), geralmente enormes: no mínimo 3 filhos. Chego a perder as contas. Não é incomum você descobrir que aquela preciosa família de 5 filhos, na verdade, tem 6 crianças e mais uma a caminho.

Elas não têm empregadas, diaristas, babás, transporte escolar, motoristas, personal trainer... Não frequentam liquidações e dificilmente são vistas nas filas da Black Friday. Muitas sequer possuem forno de micro-ondas em casa.

Festas megalomaníacas? Nunca.

São famílias com um elevado senso estético, irretocável. Com forte influência do design shaker, as casas são lindíssimas! |Eu já gastei horas tentando achar objetos de plástico, unicórnios, lantejoulas e itens de decoração rose gold. O máximo que encontrei foi uma canequinha de plástico infantil. Quase todas têm cabides peg-rail na sala, onde é comum avistar uma vassoura de madeira e pelo natural.

Eu poderia passar horas tentando descrever essas imagens, mas eu certamente falharia. São 500 tons de bege em lares onde crianças são vistas como bênçãos, ou seja, não são evitadas.

Enquanto isso, escondo a minha vassoura de cor berrante e acabamento plástico na área de serviço.

Inspire-se! 


























Wild + Free (conta que divulga várias famílias incríveis!)


9 comentários:

  1. Que presente receber estes links... Famílias lindas, simples e tão amáveis. Obrigada por compartilhar conosco.

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    1. Kamila, essas famílias são de fato absolutamente inspiradoras. Eu gostaria que fossem todas brasileiras!

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  2. Essa história de famílias numerosas já me chamou a atenção. Aqui parece uma opção inviável com os custos que representaria.

    Ah, sim, e realmente a família dá conta das suas próprias necessidades sem recorrer aos serviços de um sem-número de funcionários/prestadores de serviço. Bem comum, mesmo. Parece que tiram tudo o que é supérfluo e abraçam o que realmente importa.

    Deve ser puxado, os pais tomam responsabilidade por muito mais coisas não só de casa, mas das atividades e criação dos filhos. Tenho certeza que muita gente por aqui não teria esta disposição!

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    1. É muito puxado, sim. Eu não tenho a menor dúvida. Quanto aos custos, lá também não é barato criar um filho. Os planos de saúde são caríssimos, as escolas públicas de qualidade exigem um alto investimento numa moradia localizada num excelente bairro. Como se não bastasse tudo isso, a universidade também custa uma fortuna. Uma escola particular chega a cobrar mais de 120.000 dólares anuais por criança. Eu mesma já procurei uma para saber quanto eu teria que pagar. Só a taxa de matrícula custa inacreditáveis 4.000 dólares! Mesmo assim, com todas essas absurdas dificuldades, eles resolvem tudo com dedicação. Homeschooling é uma real necessidade quando a família é numerosa. Nem uniforme escolar existe nas escolas públicas! Imagine ter que cuidar de roupas apresentáveis para 7 crianças, todos dias... No homeschooling os meninos estão só de bermuda e descalços, hahahahaha. Menos uma preocupação.
      Sobre o fato de não terem empregados domésticos, isso também é totalmente diferente daqui. A mulher lá é considerada administradora do lar, guardiã. Ela define as tarefas e todo mundo colabora. Apesar do marido ser o provedor, certamente ele arregaça as mangas e dá conta da cesta de meias para separar, do jardim, da limpeza das calhas, limpeza dos automóveis, manutenção de pintura, banho/vacinas dos cachorros, tarefas escolares, consultas médicas, passeios com todas as crianças sem a presença da mãe, etc... Não param um minuto sequer! Sinceramente, brasileiro não faz a menor ideia do que é viver num país de 1º mundo. Aqui tem mão-de-obra até para levar as compras do mercado no carro do cliente.
      A criação dos filhos lá é nessa realidade! Eles trabalham e trabalham duro. Dar conta da própria existência, com o mínimo de interferência externa, não é mesmo a nossa realidade. Eu tento dar conta de muitas coisas, mais do que qualquer mulher viva da minha família. E sou criticada por ser "diferente". Me chamam de louca. Vai vendo...

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  3. As fotos, principalmente das mesas com pratos e comida, me lembraram um pouco o filme "A Vila" - gostando-se ou não do enredo cheio de suspense e revelações, eu sempre fiquei meio fascinada pelo conceito de comunidade do filme, hehehehe. Às vezes, a impressão que se dá é que viver dessa forma mais simples e focada no importante te coloca "isolado" no meio da floresta - se não literalmente, metaforicamente. Por isso acabo ficando muito admirada e até inspirada quando vejo famílias indo contra a maré. Nem me refiro à quantidade de crianças, mas sim à disposição de estar presenta na vida delas e cuidar até da educação formal. Ontem mesmo, estava comentando com meu marido como causa espanto, e até um certo incômodo, o fato de nossa filha, de 1 ano e 11 meses, ainda não ir à escolinha. Eu não esperava isso, de verdade, mas é algo que todos me perguntam. Quando digo que não, todos dizem que eu devo fazer "o quanto antes", mesmo eu podendo ficar com ela. As justificativas são as mais variadas - "vai ser bom", "precisa se desenvolver" (a vontade é perguntar se a pessoa vê algum problema de desenvolvimento na minha filha que justifique o palpite! Porque não há nenhum diagnosticado e estamos bem satisfeitos com ela como está!), porque "eu preciso voltar a viver". É como se a criança e o ato de cuidar e zelas por ela fosse um peso, uma inconveniência. Eu fico literalmente PASMA em ver como essa visão é simplesmente natural para a maioria das pessoas, pelo menos aqui. Por isso, ver famílias nas quais as crianças são vistas como bençãos, como você colocou, é um bálsamo. Precisamos urgentemente rever onde estão as prioridades, como sociedade mesmo.

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    1. Eu quase perdi meu filho quando ele tinha 3 anos e 5 meses de vida. Ele pegou Influenza na escola. Não só ele, mas várias outras crianças. A ventilação no inverno fica muito deficitária.

      Mesmo que eu não tivesse passado por esse trauma, não acho normal pagar para alguém dar mamadeira, trocar fralda, fazer dormir... Se eu não pudesse cuidar dele, seria uma matricula feita por falta de opção melhor, apenas.
      Farei um post sobre um dos maiores erros que cometi na vida! Foi exatamente esse! Matriculei ele numa escola durante a 1ª infância.

      Não ceda! Crianças pequenas não deveriam mesmo sofrer com a falta da família. E pensar que até o médico indicou a matrícula do meu filho! É uma vergonha.

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    2. Luana, eu sinto muito pela sua experiência e imagino o seu desespero! Mas tenho que agradecê-la por dividir isso, pois acabou por reforçar a minha convicção. Eu sempre digo: entendo que muitas vezes existe falta de opção, é verdade! Não há o que discutir nesses casos. O que me deixa "besta" é todo mundo recomendar a escola agora e pra já comigo e o pai querendo e podendo ficar com ela (sim, os médicos indicam mesmo! Médicos, profissionais da saúde em geral, o vizinho, a caixa do mercado, TODO MUNDO). Aqui somos dois professores, conseguimos conciliar e flexibilizar o trabalho de ambos, quando não está com um, está com o outro e estamos indo bem assim. Não cederemos! Muito obrigada e estou no aguardo desse post, porque é um assunto caro a mim, como mãe, tia e professora que vê os efeitos dessa "pressa" em escolarizar os pequenos.

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