30.4.15

5 reportagens que farão você perceber o que está realmente acontecendo com as nossas festinhas infantis!

Alguns comentários sobre as últimas reportagens que envolvem o mercado de festas infantis, em ordem (quase) cronológica:

Acredito que foi um dos assuntos mais divulgados nas redes sociais na última semana, mas infelizmente esse tipo de coisa é mais comum do que parece. Por exemplo, o blog Constance Zahn Babies & Kids publicou uma festa com o mesmo problema no ano de 2011 (veja aqui), e até hoje só apareceu uma pessoa para criticar:


O post da querida Priscilla Perlatti já é um pouco antigo (2013), mas reviralizou nas redes sociais após o episódio do pintinho. A Priscilla escreve no Disney Babble, mora em Cingapura e também é leitora do Limo Bag desde 2011. Para quem me conhece, já sabe que eu concordo com tudo o que ela escreveu. Muito orgulho e amor! ♥

Essa reportagem foi elaborada por uma repórter da revista Crescer (Cíntia Marcucci), portanto podemos dizer que é mais uma publicação por consequência do pintinho vivo que a Renata Corrêa divulgou no Facebook.
Ainda que eu tenha comemorado bastante essa reportagem, fiquei abismada com o seguinte trecho:

"Em média, para uma festa de 50 a cem convidados, desembolsa-se entre R$4.000 a R$6.000, segundo as mães ouvidas pela reportagem."

Como assim? Festinha em casa com uma centena de convidados? Como é possível incluir boa parte dessas pessoas nos preparativos? Como preparar tanta comida na cozinha de um apartamento? Também tem alguma coisa muito errada nesses preços, mesmo levando em conta o alto custo de vida em São Paulo. Alguém sentiu o cheiro do brigadeiro gourmetizado ou escutou a conversa dos garçons nas entrelinhas? 
























Essa chocante matéria confirmou a suspeita: essas festinhas não são mesmo caseiras.
Ursinho customizado, aluguel de cabana, DJ, camisola padronizada, cobertores idênticos, café da manhã encomendado, máscaras bordadas para dormir... São muitos os elementos completamente descontextualizados. Só faltou colocar um chip localizador em cada criança!
Sinto-me mal ao constatar que conseguiram estragar uma das experiências mais legais que podemos proporcionar aos pequeninos. Onde está a improvisação? A informalidade? A espontaneidade? Substituíram os charmosos lençóis descombinados e mudaram até o nome da festinha do pijama para mini-sleep, gente! É tão constrangedor que parece uma pegadinha. Sério.

Essa é uma tradução da assustadora reportagem publicada em Londres, mas a BBC Brasil incluiu uma das costumeiras festas cafonas e exageradas da família Justus. O surto da ostentação é mundial, no entanto existe aqui um plus complicador: o brasileiro mostra-se incapaz de contextualizar as tendências de consumo. Ganhamos uma crise de identidade de brinde, que legal! Afinal, é possível encomendar, no calor intenso de Teresina ou Manaus, cupcakes com cobertura de creme amanteigado. Inacreditável!

6 comentários:

  1. Faço uma torta caseira com creme amanteigado no calor de Belém do Pará. Cuidado com o preconceito!

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    1. Eu não estou falando de torta caseira. Eu disse CUPCAKE (o nome está em Inglês). A questão é a descontextualização! CUPCAKE com cobertura de manteiga não combina com o calor, seja o calor do verão daqui do sul ou do norte/nordeste!

      Eu não sou preconceituosa. Você já tentou comer uma quentinha num barco no Pantanal? Elas SEMPRE estão azedas. Vai me dizer que eu sou culpada pelo calor do Mato grosso do Sul? Um pouco demais, não acha?

      Espero que você tenha compreendido. BTW, Deodoro de Mendonça foi meu avô. Tenho muito sangue paraense correndo nas minhas veias.

      Beijo!

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    2. Anônimo (bem que vc poderia ter deixado um nome, hein?),

      Eu entendi o que o texto quis dizer. Nós "importamos" costumes que não fazem sentido pra nós, não procuramos colocar nossa identidade ou adaptá-los à nossa realidade.

      Acho que o exemplo mais ilustre é a nossa comemoração de Natal. Em pleno verão brasileiro, comemos assados pesados e gordurosos, servimos castanhas, nozes, avelãs, decoramos nossas casas com bonecos e flocos de neve, pinheiros, luzinhas, a cor vermelha em abundância.

      Isso tudo faz muito sentido no rigoroso inverno do hemisfério Norte. Mas nós, num calor tropical, fazemos exatamente o que as pessoas estão fazendo lá em cima, em temperaturas negativas. Tem sentido pra vc?

      O mesmo vale para o que tem acontecido com aniversários. Importar coisas que são completamente inadequadas para a nossa realidade. Deixar de fazer escolhas melhores ou adaptações para simplesmente imitar o que veio de outra cultura.

      Isso é o que vc chama de preconceito?

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    3. Será que manteiga só derrete no verão do Paraná? Será que não temos que adaptar a cobertura para realidade climática e cultural?

      Dá para entender o porquê do tal do brigadeiro gourmet ter feito tanta cria no Brasil.

      Beijo enorme!

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  2. mas gente cobertura amanteigada de cupcake nao é tipo granulado em brigadeiro? um nao vive sem o outro? ou sera que estou pensando em uma cobertura quando você se referiu a outra? ~fiquei confusa!
    ha sou de Fortaleza, por isso o espanto de que elas nao sao certas para climas quentes/umidos!

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    1. Brigadeiro tem uma receita padrão, com mínimas variações na quantidade de cacau, açúcar e gordura. Cupcake nada mais é que uma forma miniaturizada de apresentar um bolo, portanto ele continuará sendo um cupcake independentemente da cobertura. Um bolo pode ter muitas receitas, muitas coberturas. No cupcake gringo, as americanas utilizam creme doce de manteiga (um dos mais usados, mas jamais será o único!), chantilly, ganache, marshmallow, glaze, etc... Considerando a cultura brasileira, qual a primeira coisa que alguém esperará como cobertura de um pequeno bolo numa festinha infantil? Creme amanteigado falso feito com gordura vegetal? Eu prefiro que seja um belo brigadeiro branco, brigadeiro preto ou um ganache.

      Ana, você tem a liberdade para fazer o que quiser, mesmo morando numa cidade quente. E eu tenho a liberdade para criticar pequenos bolos americanizados desnecessariamente.

      BTW, AMO o bolo de Chocolate da Balu.

      Um beijo!

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