12.2.16

Eu não faço... Eu pago!

Olá, meninas! Feliz 2016!

Pois é, sumi, mas foi um sumiço necessário! Meu filho, Samuel, estava de férias e eu também me dei ao luxo de descansar o máximo possível ao lado da minha família. Recebi algumas mensagens privadas no Facebook e e-mails perguntando sobre o meu sumiço! Me desculpem! Não custava nada vir aqui e escrever uma pequena satisfação. Falha minha. Somente minha.

No mais, passada a correria das festas de fim de ano, casamentos e viagens,  ainda estou tentando digerir alguns desabafos que recebi no e-mail do Limo Bag. Relatos impressionantes. Preservarei a identidade das leitoras, obviamente. São textos que relatam cobranças familiares. Cobranças inacreditáveis.

Por exemplo, uma mãe mandou fotos lindas das últimas festas que fez para a filha. Festas caprichadas, feitas em casa, sem exagero, mas com certa sofisticação. Algo que você vê que foi pensado, criado com carinho! Essa mãe, querida leitora do blogue, precisou ouvir de um familiar na última festa:

"Quando é que você vai fazer uma festa de verdade para a sua filha?"

Eu me coloco no lugar dessa mãe. Uma frase desse tipo, que provavelmente saiu sem muita reflexão, provoca vários sentimentos fortes, ainda mais quando é algo dito na frente de uma criança pequena que está plenamente satisfeita com o festejo.

O que eu posso dizer? Queridos parentes e amigos, vocês não têm sido muito amáveis nesses últimos anos. Numa ânsia louca de buscar mais e mais dinheiro para manter um alto padrão de vida (ou pelo menos a aparência do alto padrão), vocês se esqueceram que dinheiro não compra valores morais, e que dinheiro mal aplicado pode até atrapalhar a vivência desses valores.

Por que não é adequado gastar muito numa festinha de criança?

1) Alguém gastou tempo de vida para trabalhar e conseguir esse dinheiro
Se você está gastando tubos em algo que não vai aumentar o real valor da comemoração, o tempo de vida de alguém está sendo desperdiçado.

2) Qualidade de vida não tem ligação com o tamanho da festa de aniversário
Ter acesso à uma boa escola que esteja localizada no mesmo bairro que a família mora significa melhorar a qualidade de vida. Gastar 3 mil reais num único bolo de aniversário é só futilidade mesmo.

3) Consumismo também é plantado na infância
Fica difícil ensinar para uma criança o valor real do bolo solado da titia quando a mamãe compra 17 tipos de doces decorados com um tema infantil da moda.

4) O consumo exagerado cria um mundo idealizado, de fantasia, que não pode ser vivido para sempre
Para quem tem valores invertidos, é extremamente frustrante crescer e não ter o dinheiro necessário para construir a mesma vida fantasiosa para os filhos. Se o seu valor de vida está no dinheiro que você consegue ganhar, é só isso que você vale?

É necessário muito esforço para ensinar o valor real dos momentos, desvinculando-os do valor monetário. Por exemplo, quando você escolhe fazer a festa inteira só com a ajuda do marido (infelizmente costuma ser muuuuuuito difícil incluir mais gente amorosa nos preparativos!), mesmo podendo pagar pela festa que poderia até virar um sucesso no Pinterest, você tem a oportunidade de mostrar aos pequenos o tempo necessário para fazer cada coisa, vivendo esses momentos ao lado de quem está sendo homenageado, fortalecendo os laços familiares.

Eu realmente não entendo como alguém pode preferir fazer hora extra no trabalho (distante dos filhos!) só para pagar para alguém fazer absolutamente tudo o que poderia ser feito pela família. Criar um filho realmente exige uma dose extra de esforço para evitar que o consumismo entre no coração de quem tem toda a vida pela frente.

Tem sido raro viver a simplicidade das coisas feitas em casa? Você acha até que é coisa de gente que não tem dinheiro para comprar o que o mercado de festas oferece? Você realmente conhece aquela verdade que não está presente no recheio do lindo bolo que parece que foi feito pelo melhor confeiteiro da Disney?

Ok, veja então a festa do filho de uma bilionária. Os bolos foram feitos por ela, tá?

(Desculpe a repetição, mas é a Ivanka Trump lacrando novamente! Com a vela despencando do bolo e tudo mais! Hahahahahahahaha!)


"Há pessoas tão pobres que só têm dinheiro. Há pessoas tão incultas que só têm cultura acadêmica."
Augusto Cury

8 comentários:

  1. Luana, você já sabe bem como a coisa funciona por aqui. Tudo caseiro, do bolo aos enfeites. Muito trabalho manual, mas muita diversão. Meu filho acompanha tudo, dá opinião, ajuda a montar as lembrancinhas enquanto "rouba" um docinho de vez em quando. Super envolvido no que estamos preparando.

    Festa de verdade? Acho que é exatamente o que estamos fazendo. Pena de quem não percebe isso.

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    1. Claro que sei e não desisti de publicar! :)

      Pois é, difícil a pessoa entender que quanto maior o circo, menor a verdade contida nele!

      Um beijo!

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  2. Perfeito !!! Já compartilhei na minha página ...As pessoas valorizam mais a imagem social do que o afeto envolvido... há coisas que o dinheiro não compra.. Feliz de quem pode vivenciar momentos de família assim, esses ficarão para sempre na memória afetiva...

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    1. Oi, Cíntia! Qual a sua página? Obrigada por compartilhar.

      Também acredito nisso! É muita felicidade TER uma família e viver momentos assim. Pena que nem todos os familiares entendem isso...

      Um beijo!

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  3. Ensinar o real valor das coisas para nossos filhos é um dos nossos maiores desafios como pais. E precisamos começar por nós mesmos. Os filhos apenas seguem nossos exemplos.

    Excelente 2016!

    Pai do Vini

    http://balaomagicodaivis.blogspot.com.br
    http://www.blogdouo.blogspot.com.br/

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    1. Concordo! Muito difícil. Se eu sinto essa dificuldade, acredito que outros também passam por isso! Não estamos isolados dentro de nossas próprias vidas. Obrigada por comentar!

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  4. Encontrei seu blog hoje e no início achei até bem legal relembrar as festas da infância, até porque desde que nasci, minha mãe sempre fez todas as minhas festas com muito carinho, decorações feitas por ela mesma com muito amor e sem ostentação, mas quanto mais eu fui lendo suas postagens antigas, percebi que em vez de mostrar festas legais e simples, você só ataca as outras pessoas, se escondendo por trás do ''respeito muito a vontade das pessoas mas...'' Compartilho de muitas das suas opiniões, de que festas ostentação são ridículas e tudo mais, mas não acho que seja necessário jogar tantas pedras em quem as faz. A maioria dos pais erram tentando acertar, dão festas assim pros filhos querendo fazê-los felizes. Quando eu era criança, lá pelo fim dos anos 90 e início dos anos 2000, tudo o que eu sempre quis foi uma festa em buffet ou no mcdonalds, com um bolo de pasta americana de 5 andares e meus pais nunca me deram por que era muito dinheiro por uma festa. Hoje vejo que todas minhas festas foram maravilhosas e felizes, mesmo sem um bolo de 5 andares. Com certeza que há aqueles pais que fazem festas estrondosas só para aparecer para os outros, mas creio que a maioria só quer dar pros filhos o melhor possível. Menos ódio por favor.

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    1. Eu respeitaria sua opinião se você não tivesse usado um anônimo. É fácil vir aqui dizer que eu tenho "discurso de ódio", quando não se tem nome, sobrenome e uma cara para mostrar, não é? Não odeio esses pais porque não os conheço. Não tenho como ter uma relação de ódio com pessoas que não fazem mal para mim. E mesmo que os conhecesse, eles estão atingindo os seus próprios filhos, por ignorância, egoísmo ou falta de força de vontade. Por que eu os odiaria? Não tem nexo o seu argumento. Se eu não concordo com a atitude dos outros, eu não preciso sentir ódio dessas pessoas, vontade de matá-las, bater, xingar, etc... Crítica não é ódio. Se eu olho com nojo para um prato de gordura trans que o meu amigo está comendo, não significa que tenho nojo da pessoa, muito menos que estou sentindo ódio, querendo matá-lo. Entendeu? Se você quiser, posso desenhar para você. Será um prazer!

      Muuuuuitos posts desse blog mostram festas de pais que já fizeram comemorações grandiosas para o filho anteriormente! Eles a fizeram não porque queriam fazê-las, mas por seguirem a boiada mesmo, a moda, a conversinha superficial da sociedade que a gente vive. Qualquer pai com juízo sabe que criança se satisfaz com muito pouco, mas alguns não têm coragem de enfrentar o status quo e escolher fazer de forma diferente. Outros fazem apenas por exibição mesmo. Entende que nesse ponto, eu não discordo de você? Ninguém é obrigado a ter compromisso com o erro e ninguém é obrigado a não errar e acertar sempre. Por mais que sejam festas desnecessárias na infância, é bom festejarmos A LIBERDADE para desperdiçar o nosso dinheiro do jeito que quisermos, não acha? Depois cada um que colha os frutos disso e preste contas perante o tribunal de Deus - o único que é sempre justo, agindo com amor e ódio. Do jeito que a coisa vai, já já alguém lança uma lei proibindo festas infantis e eu vou perder a minha liberdade para criticar a futilidade.

      O que você chama de "tacar pedras", eu chamo de criticar atitudes, práticas. Uma pessoa pode ser maravilhoooosa, super humana, e gastar dinheiro com os seus filhos como se não houvesse amanhã. A crítica pode atingir a atitude de qualquer pessoa, a minha inclusive!

      Respeito a liberdade de escolha dos outros e esse blog aqui é apenas para reflexão do estilo fútil de vida que os brasileiros têm levado (intencionalmente ou não), independentemente da situação econômica/cultural da família e do tipo de relação que tenho com essas pessoas.

      Que bom que você reconhece que teve o necessário... Boa coisa.

      Reunir quem amamos em volta de uma mesa é sempre bom! A questão é que as festas NÃO TÊM MAIS A MESA COMO PONTO DE REUNIÃO, E SIM DE CENÁRIO. Os convidados ficam espalhados, aproveitando cada um do seu modo a variedade de brinquedos cibernéticos ofertados. É necessário voltar à essência. Quem quiser concordar comigo, que venha. Quem não quiser, pode ficar contra mim, como você claramente fez. Eu sei a quem sirvo.

      Bom Março para você!

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