22.2.21

quarentena em 2020, 2021, 2022...

Ainda que todos falem que essa pandemia irá passar em breve, eu não acredito mais. Ainda que gritem que basta um lockdown rigoroso para voltarmos à normalidade, eu não acredito mais. Ainda que afirmem que a vacina em 2021 acabará com essa pandemia feroz que perturba e mata pessoas em toda a face da Terra, eu também não acredito mais.

Não creio nessas narrativas existentes entre "bolsominions" (ou negacionistas) e "pandeminions", nem nos cientistas que ora defendem arduamente uma vacina feita em tempo recorde e não disponível para toda a população, ora defendem o tratamento precoce off label.

Não acredito mais num país que tem uma suprema corte que manda enjaular até um deputado maluco valentão de YouTube, sem o menor constrangimento.

Não acredito mais em absolutamente nada que tire a liberdade do cidadão comum, e, ao mesmo tempo, privilegie uma determinada parte da população que cruza os céus em jatinhos, dando gargalhadas de quem não tem mais liberdade.

Felizmente não sou cega e tenho visto a vida completamente normal de quem mora em Zurique e trabalha numa instituição internacional poderosa.  Quando falo normal, é normal MESMO, ou seja, inclui até grandes festejos familiares periódicos, criando em mim uma triste percepção que a liberdade só existe ali.

Tenho tentado criar alternativas para trazer de volta a normalidade para vida do meu filho, restaurando sua saudável e necessária liberdade. A primeira providência foi retirar ele da escola privada praticante do modelo híbrido de ensino para o ano letivo de 2021.  Em segundo lugar, fui atrás de uma alternativa que não o coloque de volta nos encontros virtuais para zumbis, mas que infelizmente não posso detalhar aqui: os profissionais de educação envolvidos têm muito receio da perseguição.

Nós moramos longe dos avós do meu filho, mas voltamos a visitá-los periodicamente após a realização de exames laboratoriais. Eles já estão com idade muito avançada e esse isolamento não estava fazendo bem. É aquela famosa história de calcular os riscos e escolher aquilo que traz mais paz. Até o momento, a vacinação na cidade deles só está disponível para moradores com mais de 90 anos de idade.

O que você tem feito para devolver a rotina normal de verdade para a sua casa é algo que merece ser compartilhado com todos! Se preferir, deixe seu comentário no modo anônimo.

Que Deus proteja a todos nós, trazendo saúde e sabedoria para vivermos a vida feita para ser vivida.



"Ora, o Senhor é o Espírito e onde está o Espírito do Senhor ali há liberdade."

2 Coríntios 3:17

Barco Viva Vida, Sertaneja, Paraná, Fevereiro de 2021

7 comentários:

  1. Que alegria ver texto novo por aqui. Pois é, estou do mesmo jeito, já não acredito em nada, e também acho que essa pandemia e seus desdobramentos estão longe de ir embora. Daqui a pouco faremos aniversário de "quarentena" e estamos piores do que estávamos em 2020. E, sim, percebo, com bastante revolta, que a vida não mudou tanto (ou nada) para quem pode ($$$$$$$$$).

    Aqui, como sou professora, tenho feito exames mensais pelo colégio e todos foram negativos, até então. Nossa filha tem três anos e ainda não frequenta escola, mas continuamos visitando minha sogra, levamos a pequena para brincar com a prima e, neste ano, voltaremos a viajar a partir do segundo semestre, tomando cuidados. Isolamento com crianças se tornou inviável, já faz um ano, não temos luz no fim do túnel (agora tem cepa nova, etc, etc). Devemos buscar alguma normalidade, nem que seja convivendo mais ao ar livre. Aqui na cidade encontros de até 10 pessoas sempre foram permitidos, portanto, como temos família pequena, nenhuma data comemorativa foi passada longe dos entes queridos. Tudo deu certo, mas, confesso, somos uma família caseira. Porém, a avó do meu esposo preferiu se isolar de fato e não a vemos há quase um ano. Em casa, como ela ama cozinhar, tenho feito uma porção de receitas e envolvido ela. O pai em home office foi um ponto positivo, eles ficam mais tempo juntos.

    O modelo híbrido é horroroso para as crianças, o remoto também. Estou apreensiva como mãe e professora. Damos aulas para avatares de Google e sentimos os alunos distantes e tristes.

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    1. Oi, Lorena! Bom ler um comentário seu. As coisas mudam tão rapidamente nessa pandemia que preciso dizer que não acho uma boa o retorno no modo presencial ou híbrido. O que penso - agora - é que uma simples queda dentro do ambiente escolar pode virar um drama devido ao colapso do sistema de saúde. Infelizmente passei várias datas importantes longe de reuniões familiares. Não foi uma escolha nossa, mas temos que respeitar a escolha dos outros, sempre, para evitar conflito. Desejo que Deus lhe dê muita sabedoria para poder conduzir suas aulas da melhor maneira possivel. Que sejam momentos felizes para seus alunos. Que Deus atenda a nossa oração, amém!

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    2. Oi, Luana, as coisas estão mesmo mudando em ritmo assustador! Concordo com você, não é mais boa hora. Aqui a escola continua no híbrido e estou bem preocupada com todos os funcionários e as crianças - como você falou, uma simples queda pode se tornar um drama nesse momento, e estamos entrando em época de síndromes respiratórias que afetam crianças em idade escolar e costumam aumentar hospitalizações, o que é inviável. Um funcionário da escola está hospitalizado em estado grave pela COVID. Estamos usando máscaras PFF2 e ficando mais isolados. Graças a Deus, não pegamos e nem perdemos ninguém muito próximo para a doença. Muito obrigada pela oração e desejo e que Deus nos proteja a todos e cuide dos nossos pequenos e das famílias.

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  2. Na verdade acatei a orientação de uso de máscara, álcool gel e outros cuidados diários, mas nunca fui radical. Não uso máscara de pano, mas as certificadas. Nunca deixei de conviver com pais e sogros, nem de dar uma volta no parque. O que mais alterou a rotina foram as aulas do meu filho, feitas à distância. De resto, apesar de não ser “normal”, não mudamos tanto a ponto de afetar o nosso bem estar. Moro em um lugar super aberto, espaçoso. Nunca gostei de lugares lotados, barzinhos e aglomerações, então não tive que mudar nada verdadeiramente impactante.

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    1. Debora, nossa rotina envolvia pelo menos duas viagens mensais e ficamos impedidos de realizá-las. As aulas virtuais podem ser uma ótima estratégia para crianças que tenham se adaptado bem, mas infelizmente não foi o que vi aqui em casa. Sinto falta do cinema e de alguns restaurantes também, rsrsrs. Curitiba é uma cidade incrível, com muitos parques: sinta-se privilegiada! Que bênção que vocês não sentiram tanto o impacto da pandemia na rotina. Isso é muito bom!

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  3. Nós estamos em isolamento desde março/2020. Moramos eu, as crianças, avós e bisavó juntos. Em Janeiro, apesar de todos os cuidados, eu e minha mãe começamos a ter sintomas e rapidamente todos os outros moradores da casa também. Dois estiveram internados e felizmente retornaram. Estamos todos nos recuperando das sequelas, em maior ou menor grau. Te digo que pra mim os danos psicológicos foram os maiores. O terror de saber que está com essa doença e não saber como irá evoluir é grande. Nesse meio tempo perdi uma pessoa querida para a covid, que apesar de jovem, não resistiu. Ainda estamos no dilema se retornamos as crianças para as aulas presenciais ou não, pois tivemos conhecimento de alunos da mesma escola que sequer usam a máscara na rua. E tenho relatos de pessoas que se contaminaram novamente em curto espaço de tempo entre as infecções. Acredito que só teremos paz quando 90% da população estiver vacinada. Respeito a decisão de cada família retornar as crianças para a escola ou manter em casa. Não enxergo o ensino à distância como zumbificaçao, apesar de estar longe de ser o ideal, é o que foi possível ser feito, de acordo com as condições sanitárias que o momento exigiu. E foi um grande desafio para os profissionais da educação. A única coisa que é inadmissível é a falta de responsabilidade social dos adultos, deixando de seguir normas simples e colocando em risco outras pessoas.

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    1. Lamento por vocês tenham enfrentado essa doença terrível e por todo o luto tão dolorido. Espero que Deus livre sua família dessas sequelas em breve! Que Ele cuide do seu coração, do seu corpo e dos seus relacionamentos. Que seus dias, querida(o) anônima(o), sejam mais leves e felizes daqui para frente.
      Eu reconheço o esforço hercúleo dos profissionais de educação, sim. Apenas não acho adequado o ensino à distância na infância. Sendo muito sincera, foi a experiência mais agonizante que meu filho já viveu na escola, mesmo não estando fisicamente nela. Ele continua no ensino virtual e farei um post explicando como as coisas estão melhores. Até breve.

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