22.11.14

festa infantil pura ostentação: nojo disso!

Já perdi meu tempo para criticar festa cafona dos anos 90, daquelas cheias de toalha de papel crepom, arco de balão e personagens infantis feitos de isopor, né?

Acontece que esse blog aqui completou 6 anos e muitaaaaaa água passou debaixo da ponte.

A gente amadurece, aprende e evolui... ufa!

Acreditem ou não, mudei de opinião.

Não quero nem saber se é brega, se é chique, se tá na moda, se é cool... Se custou caro, se custou barato. Se foi pago em 1000 parcelas, ou se recebeu a festa de presente do vizinho.

Cada um tem um gosto e possibilidade! Você pode até não me conhecer, mas se quiser ajuda para encher 500 balões inúteis para a festa do seu filho, ok, conte comigo!

Minha crítica começa e termina na intenção. Qual é a sua intenção? Você gastará 200 mil reais (gente, isso existe!) para montar um circo de aparência no aniversário do seu filho ou vai de fato comemorar? Está preocupado com o que os outros pensarão ou prefere os valores transmitidos ao seu filho durante a comemoração?

Parece simples? Não é! É fácil seguir a manada, fazer escolhas baseadas em revistas de decoração, na moda, no glamour de blogues para a infância. É mole pegar uma foto do seu aniversário nos anos 80/90 e replicar aquilo tudo só para expor um suposto desapego material, mas que na verdade é mais falso que brigadeiro enlatado.

Amo festas e os seus detalhes, mas prefiro a essência. Prefiro a alegria legítima que pode ser realmente compartilhada no dia do aniversário, independentemente do tamanho da comemoração.

Eu não quero impor uma festa baratinha, chique e despretensiosa para ninguém! Faça tudo do seu gosto, mas preste atenção no tipo de mensagem que você está passando para a sua família.

Passamos ou não do limite? As atuais festas perderam mesmo a essência?

Cajuzinho, Super Man de isopor cheio de purpurina, toalha bufante de papel crepom: que saudades de vocês!

9 comentários:

  1. As festas de crianças estão cada vez mais estranhas, o cúmulo agora é servir batata frita, puxa, porque não servir então salada de frutas, algo tão mais saudável? E estas mega festas então são um absurdo, o que eles fazem com tantos balões estourados no final? São pelo menos recicláveis? Penso que as datas comemorativas de aniversário, nem vou chanar de festa, devem ser compartilhadas apenas com as pessoas mais próximas, aquelas que realmente importam para a criança, e isto não vai dar 30 pessoas. Sou convidado para algumas festas e fico observando aquele mundo de gente, o comportamento é padrão, vai dando certa hora e todos começam olhar para o relógio, tipo: "que horas vão cantar o parabéns?". Quando finalmente a dona da festa chama todos é um alívio geral, depois é aquele tumulto para pegar os melhores doces e todo mundo já pega a bolsa para ir embora. Definitivamente não é isto que eu quero para o primeiro ano do meu filho.
    Abraço!
    Alexandre
    http://balaomagicodaivis.blogspot.com.br/

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    1. Oi, Alexandre! Concordo com cada linha sua!
      Ainda não vi batata frita em festa de criança, mas sei que rola a moda do hamburguinho + batata frita.
      Sim, comemorar com quem de fato QUER comemorar. Vamos combinar que quem olha para o relógio é porque não deveria estar presente no local, né?
      A festa do meu filho começou as 15h e terminou às 22h, esse é o nosso padrão. Sou a favor de cantar parabéns assim que os convidados chegarem, rsrsrsrs. Depois disso quem quiser sumir, que suma!
      Você viu a festa de princesa daqui do blog? Muito adequada para 1 ano de idade!
      http://limobag.blogspot.com.br/2014/04/festa-de-princesa-projeto-licenca.html

      Obrigada por comentar, papai! Deus os abençoe!

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    2. Ei Luana!
      Já tinha visto este post da festa da princesa aqui no seu blog mesmo, isto sim é uma festa chique, rs!
      Abraço!

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  2. Luana, como sempre, excelente o post. O triste é notar essa tendência em tudo, acho que as intenções e as preocupações das pessoas estão realmente muito deslocadas. Vivemos em uma época em que exibir, expor, "vender" uma aparência é muito comum e se tornou muito importante. As redes sociais são, de certa forma, vitrines das vidas das pessoas, parece que muitas se tornam publicitárias de si mesmas e das próprias vivências, de seus modos de pensar, agir... e você sabiamente apontou que até mesmo o suposto "desapego" pode ser usado dessa forma.

    Festas de casamento, festas infantis, comemorações de todos os tipos, idas à academia, escola dos filhos, a comida que você come, a roupa que usa... parece que TUDO tem sido pensado de acordo com o impacto que vai causar nos outros, na foto bonita que vai gerar, no status que vai trazer... acho que isso tem empobrecido muito a vida das pessoas e as relações que elas estabelecem com as outras. Não estou falando que tirar fotos e ter lá seus momentos nas redes (eu nem uso porque acho que a tentação é grande! Já tive facebook e ficava lá, absorta) é absolutamente ruim, mas acho que perdemos sim o limite. Não só nas festas infantis, mas em muitas outras coisas. É que a preocupação em mostrar realmente tira o brilho e a verdadeira essência das coisas, não adianta. Você não vive o momento se está mais preocupado em exibi-lo, você simplesmente o encena. É bem diferente. E a mensagem que isso passa para os pequenos é muito ruim.

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    1. Oi, Lorena, como você está? Amei seu comentário!

      Eu concordo com você, a vida virou um espetáculo PARA OS OUTROS e com as redes sociais, a situação se agravou mesmo!

      É interessante notar que até uma suposta simplicidade foi incluída na ostentação! "Vejam como sou desapegado, cool, legal!" (nojo!)

      Está insuportável! Eu já nem sei mais expressar tão bem quanto você a minha indignação. O povo gasta 1000 horas para produzir uma foto linda para a rede social, mas é incapaz de falar bom dia para o vizinho! Incapaz de perguntar se meu filho está vivo!

      Perde-se muito tempo no mostrar e pouco no viver a essência, o sentimento. É como ser uma coisa. A coisificação do que é gente, do que respira. Se não vivemos, encenamos. E olha, tem que estar bem vigilante mesmo! Pode ser fácil cair na armadilha, principalmente quando TODO MUNDO faz isso, em maior ou menor proporção.

      Minha vida não é objeto para um cartaz, minha vida é para DEUS. Posso muito bem viver plenamente minhas alegrias e dores sem provar isso para ninguém! Cadê a liberdade, gente? Essa exposição e necessidade de registro não pode também ser uma prisão? E quando relatamos uma linda experiência e ela já não tem tanta importância só porque não pode ser mostrada com imagem?

      O que mais me preocupa é o vazio que tudo isso gera. A pessoa começa até a achar que desperdiçou aquela viagem só porque perdeu o cartão da máquina fotográfica. Quer dizer, se não dá para expor, melhor nem viver? É o cúmulo!

      A festa infantil incomoda mais porque usa uma criança para a ostentação. Elas são inocentes, não merecem isso! Provavelmente a festa é só a ponta do iceberg, pois vejo até na sala de aula do Samuel, colegas com mochilas estranhas que custam R$400 e os pais que as carregam, pois as crianças sequer têm estrutura física para usá-las. Surreal!

      Obrigada por comentar! :*

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    2. Oi, Luana! Por aqui vai tudo bem :), espero que com você e sua família também!

      Concordo plenamente com o que você disse. Complicado demais. É bem isso, perde-se tempo demais com o mostrar e de menos com o viver. E também me incomodo mais quando vejo esse tipo de ostentação invadindo o universo infantil, mesmo porque esses hábitos e valores adquiridos na infância ficam muito fortes na gente (e depois o adulto afetado pena muito para despertar consciência e mudar os velhos costumes). Daí vem a "prisão" mesmo, o sofrimento... acho inacreditável o tanto de foto que se tira hoje, a ponto de as pessoas só conseguirem dar valor às experiências que conseguem fotografar e exibir. Antigamente a gente tirava tão poucas fotos e ainda tinha de esperar a revelação (saudades de esperar o pai trazer as fotos da revelação! Era um momento de se reunir em família para ver os resultados!). Então, além de estarmos dando muito valor à aparência, tudo isso acontece na velocidade da luz, e cada vez se quer mostrar mais, mais, mais... é insano!

      Mochila de R$ 400 que os piticos não conseguem nem carregar? Oh, meu Deus.

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    3. Não caio nessa de fotografar o tempo todo porque mal tenho tempo para imprimir as poucas fotos que faço, quanto mais registrar tudo com mais afinco! kkkkkk

      Sim, R$400! E olha, talvez seja mais da metade da turma com esse padrão...

      Um beijo!

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  3. Luana,

    Mudar de opinião - e admitir isso - é coisa para poucos. A gente evolui, muda, pensa diferente. Já dizia Immanuel Kant que o sábio pode mudar de opinião, mas o ignorante, nunca.

    Sabe, essas festinhas caseiras que você citou, da nossa infância, eram muito bacanas. Lembro até hoje que minha mãe fez uma casa de isopor, e que o telhado saída pra gente pegar o bolo (caseiríssimo) lá dentro. Acompanhei toda a preparação da festa com ela. Era cafona? Era. Mas foi muito legal. Hoje, apesar das festas serem super temáticas, não sei se a criançada curte tanto. Paga-se uma fortuna, vem tudo pronto, prático. Pode ser de melhor qualidade, mais bem-feito, mas não tem aquele envolvimento da criança. É super impessoal.

    Meu filho está com 7 anos e eu e meu marido sempre optamos por fazer as festinhas na escola. A criançada está toda lá e, importantíssimo pelo ponto de vista deles, o aniversariante é o primeiro da fila o dia inteiro (eles se sentem especiais!). Eu gosto porque a escola impõe limites. Pode ser temático, pode ter balões, mas não deixam virar um exagero.

    Ano passado meu filho escolheu o tema Star Wars. Este ano, Indiana Jones. Tudo feito em casa, desde o convite, até os enfeites da mesa e as lembrancinhas. Luana, deu o maior trabalhão, mas meu filho curtiu muito montar os saquinhos das lembranças, cortar fitas, me ajudar com a cola, etc. E a reação da criançada na escola, então? Foi um barato, elas começaram a recolher tudo o que eu tinha feito porque queriam levar para casa, um encantamento que eu não vejo nessas festinhas prontas. No ano passado eu embrulhei os talheres e guardanapo como sabres de luz e fiz os copinhos da mesma cor de cada um. Este ano colocamos moedas de ouro (na verdade, chocolate) espalhadas na mesa (sucesso instantâneo), uma cobra de silicone, um chicote (que fiz com corda preta) e até o diário do Indiana Jones. Foi uma bagunça!

    Esse negócio de rede social também atrapalha. Antes ninguém tinha como publicar fotos pra todo mundo ver. Essas lembranças ficavam entre família e amigos próximos. Hoje é mais importante impressionar os outros: ter a festa mais bacana, a viagem mais legal, a maior casa. A pessoa não se satisfaz com o que tem, mas com o que tem A MAIS que os outros. Triste, mas é assim.

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    1. Ah, Debora!!! Ser mãe de menino é demais! Os temas são divertidíssimos! Eu acho que seria menos empolgante planejar só festas de princesas por 12 anos! rsrsrsrsrs

      Esse ano meu filho queria Velho Oeste, aí de última hora descobriu que nesse tema não existe jipe! Pronto, mudamos para Explorador da Natureza com Jipe, hahahahahaahha.

      Você é criativa por natureza, né, mulher? O que são essas lembrancinhas? Sobraram algumas? Estou querendo também! :)

      Sim, o trabalho é insano, mas torna-se tão gratificante! Fizemos tudo em casa, exceto o bolo. É bem isso: a festa começa dias antes, a criança ajuda, dá palpite, vai entrando no clima. Por exemplo: fiz o convite do Samuel (5 anos) e ele resolveu que queria uma raposa dirigindo o jipe! O jipe vazio não ficou tão legal e a ideia dele foi adotada!

      Concordo com você! As festas de antigamente não era tão bem feitas, mas eram legítimas, contextualizadas. Ok, ainda fazemos em casa (mesmo que seja depois levada para a escola!), mas não é esse o padrão atual, infelizmente.

      A escola do meu filho não permite essas comemorações individuais. Um pena!

      Um beijo!

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